O vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural, deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG), informou nesta
quarta-feira que será encaminhado documento ao presidente do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que considere a
possibilidade de adiar a certificação obrigatória dos imóveis rurais com
menos de 500 hectares que forem vendidos, desmembrados, remembrados ou
parcelados.
Hoje, estão obrigados a obter a certificação os imóveis com mais de 500
hectares, que são cerca de 164 mil. A partir de 2011, a certificação será
obrigatória para os imóveis rurais com menos de 500 hectares, que são cerca
de 4 milhões.
A certificação foi a forma encontrada para regularizar a malha de
propriedades rurais no País. Hoje, os registros são imprecisos quanto à
localização dos imóveis e permitem que haja registros múltiplos de um mesmo
imóvel, verdadeiros ‘andares’, com a sobreposição de domínios sobre um mesmo
território.
Para fazer a certificação, o proprietário rural deve fornecer os documentos
do imóvel e sua localização precisa, com coordenadas referenciadas ao
sistema geodésico brasileiro, assinada por integrante do Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Sem estrutura
De acordo com o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), o órgão não tem estrutura
suficiente para atender a demanda referente aos imóveis com menos de 500
hectares. O parlamentar solicitou a audiência pública da Comissão de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural desta
quarta-feira para debater a normatização do georeferenciamento de imóveis
rurais.
O representante do Incra, Marcelo Cunha, disse que a situação está sendo
acompanhada pela presidência da instituição e que, caso haja dúvidas quanto
à capacidade de processamento dos pedidos em 2011, será solicitado o
adiamento do processo de certificações.
Cunha explicou que o órgão já adotou procedimentos mais ágeis que vão
permitir dobrar os atendimentos, que chegaram a 5.300 em 2009. Até o fim do
ano, afirmou, deverá estar em funcionamento o sistema nacional de
certificação automatizada.
A instituição trabalha com a expectativa de que todos os documentos sejam
enviados via internet, processados automaticamente e o proprietário receba
seus documentos também pelo computador, com assinatura digital. A intenção,
afirmou Cunha, é também trabalhar em rede integrada com os cartórios de
registro de imóveis. |