O deputado Elmiro Nascimento (DEM), relator do Projeto de Lei Complementar (PLC)
26/07, do Tribunal de Justiça, anunciou nesta quinta-feira (10/7/08) que irá
utilizar o prazo regimental para fechar detalhes do parecer de
1º turno sobre a subemenda e sobre as 84 emendas apresentadas no
Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O projeto modifica a
organização e a divisão judiciárias do Estado, criando quatro comarcas,
novas varas judiciais especializadas, 20 cargos de desembargadores e 310
cargos de juizes em todo o Estado, entre outras providências. De acordo com
Nascimento, que também é presidente da Comissão de Administração Pública,
onde o projeto está sendo analisado, será distribuído avulso (cópia) de seu
parecer na sexta (11), às 9 horas, a fim de viabilizar sua votação em
reunião da mesma comissão a realizar-se na segunda-feira (14), às 15 horas.
Além de discutir o PLC 26/07, a Comissão de Administração Pública aprovou,
nesta quinta, parecer favorável de 2º turno ao PLC 42/08, do governador, que
altera dispositivos da Lei Complementar 71, de 2003, que institui a
avaliação periódica de desempenho individual, disciplina a perda de cargo
público e de função pública por insuficiência de desempenho do servidor
público estável e do detentor de função pública na administração pública
direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo.
O relator do PLC 42/08, deputado Domingos Sávio (PSDB), recomendou a
aprovação do projeto na forma em que foi aprovado em Plenário no 1º turno. A
proposta inclui os servidores detentores de cargo de comissão, os ocupantes
de cargos efetivos resultantes da transformação de função pública e os
detentores de função pública que não tenham sido efetivados entre aqueles
que serão submetidos à Avaliação de Desempenho Individual (ADI). Ficam
excluídos, no entanto, os cargos de provimento em comissão de diretor-geral,
vice-diretor-geral, presidente, reitor e vice-reitor.
Outra providência é a modificação da norma que trata da composição da
comissão que aplicará a ADI do servidor estável e do detentor de função
pública. O texto não especifica a composição da comissão, garantindo apenas
que será paritária. Quando se tratar de servidor ocupante de cargo de
provimento em comissão ou em exercício de função de confiança, a avaliação
será feita pela chefia imediata ou por comissão de avaliação.
Parecer do TJ provoca reação de deputados
Um parecer da Secretaria Especial da Presidência do Tribunal de Justiça que
critica modificações promovidas pela Assembléia no PLC 26/07 provocou
indignação em alguns deputados que participaram da reunião da Comissão de
Administração Pública. A censura mais veemente partiu do deputado Durval
Ângelo (PT), que apontou o documento como uma repetição de episódio ocorrido
em 2007, quando o Tribunal de Justiça enviou ofício aos parlamentares
afirmando que outro projeto sobre organização judiciária que havia sido
enviado à ALMG não poderia sofrer nenhuma alteração parlamentar.
"Considero este parecer um desrespeito à Assembléia e ao substitutivo da
Comissão de Administração Pública", afirmou Durval Ângelo. O deputado citou
dois pontos do parecer. Em um deles, o texto acusa os deputados de invadir a
competência do Tribunal de Justiça ao modificar a composição de varas
judiciais. No outro, afirma que o substitutivo de autoria da Assembléia
criaria 51 comarcas de entrância especial, com 849 juizes. "Na realidade, da
forma como está, são 24 comarcas com 186 juizes", corrigiu o petista. Ele
acrescentou que, na verdade, o texto original do Tribunal de Justiça é que
tinha inconstitucionalidades. "Hoje, há 40 questionamentos no Conselho
Nacional de Justiça contra o TJ. Em quatro casos, eles já tiveram que
recuar", afirmou Durval.
O relator da proposta, deputado Elmiro Nascimento, afirmou que o parecer do
TJ não foi recebido pela comissão e que o relacionamento com os
desembargadores e o Judiciário na discussão do PLC 26/07 está correndo muito
bem. Nascimento foi elogiado por Durval e por outros deputados pela
disposição para o diálogo e pela condução das modificações no texto do
projeto.
Outros dois deputados também criticaram a atitude do Tribunal de Justiça. O
deputado Sargento Rodrigues (PDT) apoiou o posicionamento de Durval Ângelo e
também condenou a postura do TJ em relação aos juizes de 1ª instância, à
Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) e aos servidores do Judiciário.
Já o deputado Delvito Alves (DEM) reafirmou que não se pode permitir que se
repita o episódio de 2007. "É verdade, da outra vez o Tribunal enviou ofício
a todos os deputados dizendo que o projeto não poderia sofrer nenhuma
emenda", afirmou o parlamentar.
Presenças - Deputados Elmiro Nascimento (DEM), presidente da
comissão; Ademir Lucas (PSDB), vice-presidente; André Quintão (PT), Domingos
Sávio (PSDB), Inácio Franco (PV), Delvito Alves (DEM), Juninho Araújo (PRTB),
Antônio Júlio (PMDB), Durval Ângelo (PT), Adalclever Lopes (PMDB), Sargento
Rodrigues (PDT), Antônio Carlos Arantes (PSC), Gilberto Abramo (PMDB) e
Célio Moreira (PSDB). |