Brasília 03/02/09 (MJ) – A Secretaria Nacional de Justiça (SNJ) e o Arquivo
Nacional da Casa Civil assinaram acordo, nesta quarta-feira (4), que
permitirá mais rapidez na emissão de certidões (ou negativas) de
naturalização pelo Ministério da Justiça. O acordo concederá à SNJ o acesso
aos processos datados do início do século XIX até 1959 - hoje, apenas os
dados de 1956 a 1960 estão em versão eletrônica e somente os processos a
partir de 1975 estão sob responsabilidade da Secretaria.
A burocracia tem resultado num trabalho lento e cheio de obstáculos. A cada
pedido, o departamento de estrangeiros da SNJ faz uma consulta sobre o
processo de naturalização armazenado em papel nas sedes do Arquivo Nacional
- em Brasília e no Rio de Janeiro. O atraso na pesquisa contribui para a
deterioração de documentos históricos, que são manuseados com frequência.
“Alguns registros foram escritos com caneta de pena e não estão tão
legíveis”, informou o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior. “A
demora também ocorre pela existência de homônimos (pessoas com mesmo nome e
sobrenome) e que passará a ser mais fácil filtrar com a digitação”.
Todos os anos, a SNJ recebe mais de 19 mil pedidos de brasileiros
descendentes de estrangeiros que desejam obter dupla cidadania. Além das
certidões, a Secretaria é responsável por emitir a segunda via e a averbação
(confirmação) dos registros.
Na ponta, o maior beneficiado acaba sendo o requerente, uma vez que terá a
resposta em menos tempo. “Queremos prestar um bom serviço aos cidadãos que
têm o direito de resgatar a sua origem familiar. A informatização vai
reduzir a morosidade na obtenção desse documento. Isso é cidadania”, afirmou
o secretário.
Na primeira fase do acordo, o Arquivo Nacional vai compartilhar com a SNJ
uma planilha que informa o nome do imigrante, o número do processo e
localização no acervo. Já na segunda fase, serão digitalizados os dados
completos - como nome, sexo, idade e origem – e o amparo legal das decisões.
Esse trabalho deve ser concluído até julho.
A iniciativa é uma das ações financiadas pelo Programa Nacional de Segurança
Pública com Cidadania (Pronasci). A SNJ estima que logo as informações
estarão, ainda, disponibilizadas na Internet para pesquisa e para a emissão
online das certidões negativas. “Não é admissível que no século XXI o Estado
demore até 5 anos para emitir um documento que pode ser disponibilizado com
um “click” no computador. O Pronasci vai nos permitir essa nova realidade”,
concluiu Tuma Júnior.
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