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27/05/2014

Cresce opção por casamento civil

A tradição de se casar na igreja de véu e grinalda ainda é o sonho de muitas mulheres, porém a procura pelo casamentos civil, aquele realizado no cartório, tem ganhado a preferência de muitos casais, inclusive em Porto Velho. Segundo estimativa dos cartórios da Capital, a procura por essa modalidade cresceu cerca de 30% nos primeiros meses de 2014 comparado com o mesmo período do ano passado. 

De acordo com a escrevente auxiliar de um cartório, Ingride Monteiro, aproximadamente 30 casais abrem o processo de entrada para se casar no civil. “A procura tem aumentado bastante nos últimos anos. Os casais escolhem principalmente o Dia dos Namorados para celebrar a união, é a data mais procurada. As pessoas estão mais conscientes do que querem. Os namoros longos, que duravam anos como antigamente, quase não existem mais”, declarou a escrevente. 

Poliana Azevedo Leite, também funcionária de outro cartório, destaca que apenas no mês de abril foram realizados 39 casamentos civil no local onde trabalha, uma médica de 1,3 casamentos por dia. “Os reais motivos pela procura por casamentos no civil a gente não sabe explicar. Mas os dados demonstram que as pessoas estão cada vez mais aderindo ao civil”, destacou Poliana. Por semana o cartório realiza de 15 a 20 casamentos. Segunda, quarta e sexta-feira são os dias mais escolhidos pelos clientes para realizar o matrimônio. 

O tabelião de outro cartório, Vinícios Godoy, confirma a tendência de crescimento de casamentos no estado civil. “A procura tem crescido bastante. Tem meses que realizamos até 150 casamentos no civil. Tem sido uma prática repetida pelos casais de Porto Velho”, afirmou Godoy. 

Ele também destaca que os meses de maio, junho e dezembro são os mais procurados para a união dos interessados. “A procura é durante o ano todo. Mas maio tem todo a questão de ser conhecido como o mês das noivas. Junho está relacionada ao Dia dos Namorados e dezembro acredito que deve ser devido as festas de final de ano”. 

Processo demora até 30 dias 

A burocracia para a realização do casamento no civil demora, em média, entre 20 e 30 dias. O recomendado para o casal que pretende casar em uma data especial é procurar o cartório com um mês de antecedência. 

A primeira etapa do casamento civil é o Pedido de Habilitação, momento em que os noivos se submetem a um processo de averiguação feito pelo cartório, no qual devem provar que estão desimpedidos para casar. Nesta etapa, que deve acontecer pelo menos 30 dias antes da cerimônia, o casal deve apresentar todos os documentos necessários para o casamento como, certidão de nascimento original, identidade, CPF, comprovante de residência, duas testemunhas (que tenham CPF e identidades), além de certidões de divorciados e de viúvo (a) se for o caso dos noivos.

Estando os documentos em ordem, o oficial afixa os proclames do casamento em local de fácil acesso do cartório e publica na imprensa local para conhecimento público. Se, em um prazo de 15 dias, ninguém apresentar impedimento para o casamento, os noivos receberão a habilitação e estarão aptos para casar. Esta habilitação é válida por 90 dias. 

Diversidade 

O tabelião Vinícios Godoy destaca que desde o ano passado – quando a Corregedoria Geral da Justiça de Rondônia publicou no Diário da Justiça a habilitação direta para o casamento entre pessoas do mesmo sexo e conversão de união estável em casamento nos cartórios de registro civil de Rondônia – o local registrou a união de aproximadamente 17 pessoas do mesmo sexo. 

Praticidade e economia define escolha 

A operadora de caixa Eldiane Marcelino afirma que preferiu o casamento civil em razão da praticidade e, principalmente, por ser mais barato. “Na época não tinha muito dinheiro para casar na igreja e o casamento no civil ficava mais em conta pra gente. É claro que não penso em separar, porém se acontecer é mais fácil a papelada da separação no civil que no religioso”, explicou Eldiane. 

O administrador Neto Barros afirma que escolheu o casamento civil para consolidar a união com a esposa . “Juntar é fáci, agora assumir um relacionamento sério no contrato é outra coisa. Ainda tem o fato da minha esposa ser evangélica e eu católico. Então decidimos pelo casamento no civil”, finalizou Barros.


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