Cartórios poderão fazer penhora on-line de imóveis

A Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg) assinou um convênio para colocar em prática a penhora, o arresto ou o seqüestro on line de imóveis. A exemplo do que já acontece com o bloqueio de contas bancárias, feita por meio do sistema Bacen-Jud, a idéia é agilizar a disponibilidade de apartamentos, casas e fazendas colocados sub judice pelos tribunais brasileiros.

A Anoreg está desenvolvendo um software por meio do qual os juízes poderão penhorar os imóveis em um pequeno intervalo de seis dias. Hoje, todo o processo demora pouco mais de um mês para ser feito. A vantagem do programa é a possibilidade de o magistrado poder fazer uma pesquisa em todos os cartórios do país para descobrir se o réu possui bens em diferentes localidades. Essa busca é impossível no sistema atual.

"É como o sistema Bacen-Jud: o programa recebe e registra o pedido do juiz e envia para todos os cartórios, que respondem eletronicamente", explica o presidente da Anoreg de São Paulo, Ary José de Lima. É a representação paulista que desenvolve o programa. O Estado será o primeiro a receber a novidade, em setembro. "Vamos começar em São Paulo porque a informatização dos cartórios está bem avançada", diz Lima. Ele lembra que os cartórios com pouca estrutura de informática poderão receber as notificações por e-mail e respondê-las. "O sistema tem vantagens no tempo de atendimento aos pedidos dos juízes, na qualidade das respostas e na uniformização do procedimento", afirma.

O Ministério da Justiça participará como incentivador do uso do sistema pelos tribunais, como fez com o Bacen-Jud. O programa do Banco Central, que faz o bloqueio das contas bancárias, sofreu aperfeiçoamentos e terá sua segunda versão em uso a partir de julho. Antes, o pedido do juiz era feito por meio virtual, mas a resposta era manual, pelo correio. O problema inibiu o uso do sistema por vários magistrados e será corrigido na nova versão.


Fonte: Jornal Valor Econômico - 13/06/2005