Cenário não está associado à desaceleração da economia brasileira.
O volume de certidões de habite-se emitidas na capital mineira em 2008 caiu
34%, em relação ao exercício anterior. No ano passado foram 1,981 mil
solicitações atendidas, ante 2,959 mil em 2007. Os dados foram divulgados
pela Secretaria Municipal Adjunta de Regulação Urbana.
O diretor da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil
no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ricardo Catão Ribeiro, informou
que o resultado negativo não está relacionado com a crise financeira, que
reduziu o volume de investimentos no Estado no último trimestre de 2008.
"A redução no volume de certidões de habite-se pode ser reflexo de queda em
investimentos realizados em exercícios passados", disse Ribeiro. Ele
explicou que a solicitação é feita somente quando o empreendimento estiver
finalizado, o que poderá levar cerca de dois anos.
O diretor do Sinduscon-MG afirmou que os resultados em 2009 deverão ser
melhores em virtude do aquecimento registrado até o terceiro trimestre do
ano passado. O aquecimento do setor foi impulsionado pela expansão do
crédito e pela melhora na renda da população.
A capital mineira, tradicionalmente, apresenta resultados abaixo da média do
Estado. Além disso, conforme publicado anteriormente pelo DIÁRIO DO
COMÉRCIO, a falta de demanda em Belo Horizonte conjugada à escassez de
terrenos para novos empreendimentos imobiliários sempre foram responsáveis
pelo desaquecimento.
Lançamentos - Em 2008, a indústria da construção civil cresceu
aproximadamente 7% no Estado, em relação ao ano anterior, conforme as
estimativas do Sinduscon-MG. O setor vem registrando resultados positivos
desde 2004 e acumula crescimento de aproximadamente 30% no período.
Com o agravamento da crise financeira em setembro, as vendas de unidades
imobiliárias apresentou desaceleração em Minas Gerais. As perspectivas são
de redução no volume de lançamentos.
Para evitar um aprofundamento do cenário negativo para a construção civil, o
governo federal deverá lançar ainda este mês o Programa Nacional de
Habitação (PlanHab). O programa pretende eliminar o déficit imobiliário até
2023. Estimativas de mercado apontam que somente em Minas Gerais este número
é cerca de 600 mil moradias.
Além disso, nesta semana a Caixa Econômica Federal (CEF) autorizou recursos
da ordem de R$ 3 bilhões para socorrer as construtoras, por meio do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O orçamento do FGTS prevê cerca de R$
14 bilhões em 2009, sendo que R$ 699 milhões serão destinados para o
financiamento habitacional em Minas.
Rafael Tomaz.
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