Clipping - Do Batismo ao Óbito

Com financiamento da Fapemig, a PUC Minas digitalizou acervos paroquiais dos séculos XVIII e XIX

A preocupação de preservar documentos antigos levou a PUC-Minas a desenvolver o projeto “Digitalização e Disponibilização dos Acervos das Paróquias da Rota da Estrada Real”. Com recursos de R$ 50 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a iniciativa visa disponibilizar documentos, como registros de batismo, casamento e óbito, que até 1889 ficavam exclusivamente sob responsabilidade da Igreja Católica, ao contrário do que ocorre nos dias de hoje, quando esses documentos estão sob o controle dos cartórios de registro civil.

O trabalho, iniciado em 2005 no Centro de Pesquisa Histórica da PUC, engloba 23 paróquias pertencentes à Arquidiocese de Belo Horizonte, entre elas as de Belo Vale, Caeté, Moeda, Nova União, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia e Taquaraçu de Minas. Segundo o coordenador do projeto, professor Caio César Boschi, o principal objetivo é facilitar o acesso a esse importante universo de dados sobre o passado brasileiro, de uso expressivo nas pesquisas históricas, além de resgatar a identidade histórico-cultural de Minas por meio da tecnologia digital.

O acervo documental foi agrupado em 235 livros microfilmados e resultou em 16 mil imagens ou fotogramas. Todo o trabalho está reunido em 37 CDs e disponível no Arquivo Arquidiocesano de Belo Horizonte, na Praça da Liberdade 263, e aberto ao público de 8 às 18h, de segunda a sexta-feira. O Arquivo coloca à disposição de quem pesquisa uma leitora de microfilme e dois computadores. “O público alvo é muito amplo e interessa do historiador ao curioso. Reconstituições familiares, genealogias, documentos para comprovação de ações judiciais, prova de ancestralidade, inclusive para habilitação a heranças, são algumas das possibilidades para a utilização dessas fontes, não só para estudos acadêmicos dedicados à história demográfica, econômica, social e cultural, mas também por historiadores ditos amadores, dedicados à genealogia, à história local ou à história de famílias”, explica Boschi. Ele lembra ainda que a pesquisa depende do que a pessoa quer e, sobretudo, da problemática que vai estudar, porque a fonte como ponto de partida de informação é muito rica.

Procura

Os documentos dos séculos XVIII e XIX são compostos, principalmente, de certidões de batismo, casamentos e óbitos. De acordo com a bibliotecária responsável pelo acervo do Cedic, Maria Elizabeth Miranda do Nascimento, os documentos mais antigos são os mais procurados, principalmente os das paróquias de Sabará e Caeté.

Minas Gerais, segundo os pesquisadores, ocupa um lugar de destaque em termos de quantidade e qualidade de acervos documentais. “Com isso, pode-se dizer que o projeto não só criou condições para o desenvolvimento de mais pesquisas de qualidade, como também contribuiu para que esse tipo de trabalho seja cada vez mais difundido”, avalia a bibliotecária.


Fonte: Jornal "Minas Gerais" - Caderno do Noticiário  - 19/08/2009.

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