Cartório eleitoral de Caratinga foi alvo de ciganos estelionatários

A Grupo de dez pessoas buscou informações sobre idosos para tentar falsificar documentação e receber benefício

O grupo de ciganos estelionatários, investigados pela Polícia Federal (PF) por fraude nos cofres da Previdência Social a partir da apresentação de documentos falsos, passaram pela cidade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no final de 2010. Cerca de dez pessoas procuraram o cartório eleitoral local com certidões de nascimento de idosos nas mãos, buscando informações sobre a inscrição eleitoral de tais cidadãos para a retirada do documento do cadastro de pessoas física (CPF).

Segundo divulgou o Hoje em Dia, com exclusividade, na edição desta quarta-feira (11), a PF em Minas e São Paulo investiga um esquema formado por ciganos que, a partir da concessão de certidões de nascimento falsas, retiram verbas da Loas. O benefício de um salário mínimo é oferecido pelo ministério da Previdência Social a pessoas idosas e com deficiências físicas. Em Belo Horizonte e Betim foram presas dez pessoas em flagrante.

Segundo o chefe do cartório eleitoral de Caratinga, Sérgio Alexandre Dias, cerca de dez ciganos procuraram, durante dias alternados, o cartório com certidões de nascimento emitidas em cidades do interior do Rio de Janeiro. Ainda de acordo com ele, as certidões eram de pessoas idosas, mas emitidas recentemente, entre 2009 e 2010.

“Eles apresentavam as certidões e perguntavam se haviam inscrições eleitorais daquelas pessoas. Eu verificava no sistema e informava que não. Nunca emitimos nenhum documento para eles”, declarou. Os ciganos ainda afirmavam que os documentos eram de parentes deles. “Eram de idosos de aproximadamente 70 anos. Nunca entendemos o porquê daquelas perguntas”, afirmou Sérgio.

Responsável pelas investigações em Minas, o delegado Rui Antônio da Silva, da Repressão a Crimes Previdenciários, disse que o caso de Caratinga ainda não era de conhecimento da polícia. “Essa denúncia não nos foi feita, mas vamos checar com a delegacia de Governador Valadares e analisar o caso”, declarou o delegado.

De acordo com Silva, a investigação tem com objetivo influenciar na mudança do sistema. “Não é só apurar um crime. Todo o sistema de liberação de benefícios e de emissão de documentação tardia deve mudar”, observou. O próximo passo é mapear a área de atuação do esquema.

“Provavelmente, as certidões falsas também abarcam outros golpes”. O esquema também pode colaborar com uma fraude eleitoral. Diferentemente da polícia federal paulista, o delegado não descarta a possibilidade de envolvimento de funcionários públicos.  


Fonte: Site da ARPEN Brasil - 16/01/2012.

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