O presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto
Pinto Coelho (PP), recebeu nesta quinta-feira (23/8/07) propostas de emendas
ao projeto que modifica a organização e a divisão judiciárias do Estado. É o
Projeto de Lei Complementar (PLC) 26/07, do Tribunal de Justiça, que tramita
em 1º turno na ALMG. As sugestões foram encaminhadas pelo presidente da
Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), Nelson Missias de Morais, e
incluem: ampliação do número de comarcas classificadas como de entrância
especial; pagamento de diárias e despesas de transporte ao juiz; pagamento
de gratificação por acúmulo de atribuições no valor de até 15% do subsídio;
criação do cargo de assessor para todos os juízes e de um quadro próprio de
vigilantes, entre outras.
Depois da reunião no Salão Oficial, que contou com a presença de vários
juízes e de deputados, o presidente Alberto Pinto Coelho informou que todas
as sugestões serão objeto de análise e discussão aprofundadas nas comissões
às quais o PLC 26/07 foi distribuído. "Como sempre ocorre, nossa convicção é
de que o Parlamento mineiro cumprirá sua missão, buscando aperfeiçoar o
projeto naquilo que for pertinente", destacou. Segundo ele, todas as
propostas da Amagis já foram encampadas, sob a forma de propostas de
emendas, por parlamentares, que agora deverão buscar o convencimento dos
demais deputados.
O juiz Nelson Missias de Morais espera que a ALMG ouça todas as partes
envolvidas como, frisou, sempre fez. "Esperamos que os deputados ouçam a
magistratura, que é quem efetivamente conhece as reais necessidades, a fim
de melhorar o Judiciário", disse. O projeto aguarda parecer da Comissão de
Constituição e Justiça para depois ser apreciado pelas comissões de Assuntos
Municipais e Regionalização, Administração Pública e Fiscalização Financeira
e Orçamentária, antes de estar pronto para Plenário em 1º turno.
Também estiveram no Salão Oficial os deputados Lafayette de Andrada (PSDB),
Elmiro Nascimento (DEM) e Domingos Sávio (PSDB).
Conteúdo das propostas
Entre as propostas apresentadas pela Amagis, está a que estabelece o
pagamento de diárias e de despesas de transporte, quando o juiz se afastar
da sede por motivo de cooperação, substituição, outro serviço ou em missão
oficial. Outra proposta é de pagamento equivalente a um subsídio, a título
de custeio de despesas de transporte e mudança, quando o magistrado for
removido ou promovido para outra comarca. A Amagis também propõe que
resolução do presidente do TJMG discipline o pagamento da gratificação por
acúmulo de atribuições, no valor de até 15% do subsídio, ao magistrado que
for designado para atender, ao mesmo tempo, em substituição ou cooperação,
em mais de uma comarca ou em mais de uma vara na comarca em que for titular.
A associação dos magistrados propõe que sejam também classificadas como de
entrância especial as comarcas-sede de turmas recursais, além das comarcas
que constituem as Circunscrições Judiciárias Metropolitanas de Belo
Horizonte e do Vale do Aço. Na avaliação da entidade, a mudança contribuirá
para a permanência do juiz nas comarcas. Seriam beneficiados 186 juízes a um
custo inferior a R$ 160 mil ao mês, disse o presidente da Amagis, em
entrevista após o encontro com o presidente da Assembléia. A entidade também
propõe que sejam incluídas na Circunscrição Judiciária Metropolitana de Belo
Horizonte as comarcas de Lagoa Santa, Sabará, Nova Lima e Vespasiano. Hoje,
a circunscrição é integrada por Belo Horizonte, Betim, Contagem e Santa
Luzia.
O PLC 26/07, originalmente, prevê critérios para a classificação das
comarcas, com a exigência, por exemplo, de população mínima de 250 mil
habitantes para a categoria de entrância especial. Atualmente, preenchem
esse requisito as comarcas de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Governador
Valadares, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Ribeirão das Neves, Sete
Lagoas, Uberaba e Uberlândia.
No caso dos assessores dos juízes, a previsão da Amagis é de criação de 300
novos cargos, caso a proposta da entidade seja encampada. Seriam
beneficiados os juízes vitaliciados, que são os de 1ª entrância e os juízes
dos Juizados Especiais. Hoje os juízes de 2ª entrância e de entrância
especial já têm assessor.
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