Mensagem de veto
Conversão da Medida Provisória nº 571, de 2012
Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção
da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981,
9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e
revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril
de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22
do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o §
2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o A Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 1o-A. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação,
áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração
florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos
produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e
prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus
objetivos.
Parágrafo único. Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, esta Lei
atenderá aos seguintes princípios:
I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a preservação das suas
florestas e demais formas de vegetação nativa, bem como da biodiversidade,
do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático, para o
bem estar das gerações presentes e futuras;
II - reafirmação da importância da função estratégica da atividade
agropecuária e do papel das florestas e demais formas de vegetação nativa na
sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida
da população brasileira e na presença do País nos mercados nacional e
internacional de alimentos e bioenergia;
III - ação governamental de proteção e uso sustentável de florestas,
consagrando o compromisso do País com a compatibilização e harmonização
entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do solo e da
vegetação;
IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na criação de políticas
para a preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções
ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;
V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da inovação para o
uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a preservação das
florestas e demais formas de vegetação nativa;
VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a
preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o
desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.”
“Art. 3o .................................................................
...........................................................................................
XII - vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos,
usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem
formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas;
.............................................................................................
XXIV - pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos
agrícolas, pecuários ou silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, para
possibilitar a recuperação da capacidade de uso ou da estrutura física do
solo;
XXV - áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma
periódica por águas, cobertas originalmente por florestas ou outras formas
de vegetação adaptadas à inundação;
XXVI - área urbana consolidada: aquela de que trata o inciso II do caput do
art. 47 da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009; e
XXVII - crédito de carbono: título de direito sobre bem intangível e
incorpóreo transacionável.
….................................................................................”
(NR)
“Art. 4o ........……………………...................................
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e
intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito
regular, em largura mínima de:
.............................................................................................
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes
de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida
na licença ambiental do empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer
que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
.............................................................................................
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso
e encharcado.
§ 1o Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de
reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou
represamento de cursos d’água naturais.
§ 2o (Revogado).
.............................................................................................
§ 4o Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior
a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção prevista
nos incisos II e III do caput, vedada nova supressão de áreas de vegetação
nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - Sisnama.
.............................................................................................
§ 6o
..............................................................................
.............................................................................................
V - não implique novas supressões de vegetação nativa.
............................................................................................
§ 9o (VETADO).” (NR)
“Art. 5o Na implantação de reservatório d’água artificial destinado a
geração de energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição,
desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor
das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno, conforme
estabelecido no licenciamento ambiental, observando-se a faixa mínima de 30
(trinta) metros e máxima de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima
de 15 (quinze) metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana.
§ 1o Na implantação de reservatórios d’água artificiais de que trata o
caput, o empreendedor, no âmbito do licenciamento ambiental, elaborará Plano
Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, em conformidade
com termo de referência expedido pelo órgão competente do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - Sisnama, não podendo o uso exceder a 10% (dez por cento)
do total da Área de Preservação Permanente.
..............…..................................................................”
(NR)
“Art. 6o ............……………….....................................
.............................................................................................
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.”
(NR)
“Art. 10. Nos pantanais e planícies pantaneiras, é permitida a exploração
ecologicamente sustentável, devendo-se considerar as recomendações técnicas
dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas supressões de vegetação
nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão
estadual do meio ambiente, com base nas recomendações mencionadas neste
artigo.” (NR)
“CAPÍTULO III-A
DO USO ECOLOGICAMENTE SUSTENTÁVEL
DOS APICUNS E SALGADOS
Art. 11-A. A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos do § 4o do art.
225 da Constituição Federal, devendo sua ocupação e exploração dar-se de
modo ecologicamente sustentável.
§ 1o Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de
carcinicultura e salinas, desde que observados os seguintes requisitos:
I - área total ocupada em cada Estado não superior a 10% (dez por cento)
dessa modalidade de fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e
cinco por cento) no restante do País, excluídas as ocupações consolidadas
que atendam ao disposto no § 6o deste artigo;
II - salvaguarda da absoluta integridade dos manguezais arbustivos e dos
processos ecológicos essenciais a eles associados, bem como da sua
produtividade biológica e condição de berçário de recursos pesqueiros;
III - licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão ambiental
estadual, cientificado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e, no caso de uso de terrenos de
marinha ou outros bens da União, realizada regularização prévia da titulação
perante a União;
IV - recolhimento, tratamento e disposição adequados dos efluentes e
resíduos;
V - garantia da manutenção da qualidade da água e do solo, respeitadas as
Áreas de Preservação Permanente; e
VI - respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das comunidades
locais.
§ 2o A licença ambiental, na hipótese deste artigo, será de 5 (cinco) anos,
renovável apenas se o empreendedor cumprir as exigências da legislação
ambiental e do próprio licenciamento, mediante comprovação anual, inclusive
por mídia fotográfica.
§ 3o São sujeitos à apresentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental -
EPIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA os novos empreendimentos:
I - com área superior a 50 (cinquenta) hectares, vedada a fragmentação do
projeto para ocultar ou camuflar seu porte;
II - com área de até 50 (cinquenta) hectares, se potencialmente causadores
de significativa degradação do meio ambiente; ou
III - localizados em região com adensamento de empreendimentos de
carcinicultura ou salinas cujo impacto afete áreas comuns.
§ 4o O órgão licenciador competente, mediante decisão motivada, poderá, sem
prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, bem como do
dever de recuperar os danos ambientais causados, alterar as condicionantes e
as medidas de controle e adequação, quando ocorrer:
I - descumprimento ou cumprimento inadequado das condicionantes ou medidas
de controle previstas no licenciamento, ou desobediência às normas
aplicáveis;
II - fornecimento de informação falsa, dúbia ou enganosa, inclusive por
omissão, em qualquer fase do licenciamento ou período de validade da
licença; ou
III - superveniência de informações sobre riscos ao meio ambiente ou à saúde
pública.
§ 5o A ampliação da ocupação de apicuns e salgados respeitará o Zoneamento
Ecológico-Econômico da Zona Costeira - ZEEZOC, com a individualização das
áreas ainda passíveis de uso, em escala mínima de 1:10.000, que deverá ser
concluído por cada Estado no prazo máximo de 1 (um) ano a partir da data da
publicação desta Lei.
§ 6o É assegurada a regularização das atividades e empreendimentos de
carcinicultura e salinas cuja ocupação e implantação tenham ocorrido antes
de 22 de julho de 2008, desde que o empreendedor, pessoa física ou jurídica,
comprove sua localização em apicum ou salgado e se obrigue, por termo de
compromisso, a proteger a integridade dos manguezais arbustivos adjacentes.
§ 7o É vedada a manutenção, licenciamento ou regularização, em qualquer
hipótese ou forma, de ocupação ou exploração irregular em apicum ou salgado,
ressalvadas as exceções previstas neste artigo.”
“Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação
nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas
sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes
percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos
previstos no art. 68 desta Lei:
....................................................................................”
(NR)
“Art 14.
........................................................................
.............................................................................................
§ 2o Protocolada a documentação exigida para a análise da localização da
área de Reserva Legal, ao proprietário ou possuidor rural não poderá ser
imputada sanção administrativa, inclusive restrição a direitos, por qualquer
órgão ambiental competente integrante do Sisnama, em razão da não
formalização da área de Reserva Legal.” (NR)
“Art. 15.
.......................................................................
.............................................................................................
§ 3o O cômputo de que trata o caput aplica-se a todas as modalidades de
cumprimento da Reserva Legal, abrangendo a regeneração, a recomposição e a
compensação.
§ 4o É dispensada a aplicação do inciso I do caput deste artigo, quando as
Áreas de Preservação Permanente conservadas ou em processo de recuperação,
somadas às demais florestas e outras formas de vegetação nativa existentes
em imóvel, ultrapassarem:
I - 80% (oitenta por cento) do imóvel rural localizado em áreas de floresta
na Amazônia Legal; e
II - (VETADO).” (NR)
“Art. 16. Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio ou
coletiva entre propriedades rurais, respeitado o percentual previsto no art.
12 em relação a cada imóvel.
....................................................................................”
(NR)
“Art. 17.
.......................................................................
...............................................................................................
§ 3o É obrigatória a suspensão imediata das atividades em área de Reserva
Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de 2008.
§ 4o Sem prejuízo das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis,
deverá ser iniciado, nas áreas de que trata o § 3o deste artigo, o processo
de recomposição da Reserva Legal em até 2 (dois) anos contados a partir da
data da publicação desta Lei, devendo tal processo ser concluído nos prazos
estabelecidos pelo Programa de Regularização Ambiental - PRA, de que trata o
art. 59.” (NR)
“Art. 18.
.......................................................................
.............................................................................................
§ 4o O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de
Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta
Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer
a averbação terá direito à gratuidade deste ato.” (NR)
“Art. 29.
......................................................................
§ 1o A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente,
no órgão ambiental municipal ou estadual, que, nos termos do regulamento,
exigirá do proprietário ou possuidor rural:
....................................................................................”
(NR)
“Art. 35. O controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos ou
subprodutos florestais incluirá sistema nacional que integre os dados dos
diferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e regulamentado pelo
órgão federal competente do Sisnama.
§ 1o (VETADO).
..............................................................................................
§ 5o O órgão federal coordenador do sistema nacional poderá bloquear a
emissão de Documento de Origem Florestal - DOF dos entes federativos não
integrados ao sistema e fiscalizar os dados e relatórios respectivos.” (NR)
“Art. 36.
.......................................................................
.............................................................................................
§ 5o O órgão ambiental federal do Sisnama regulamentará os casos de dispensa
da licença prevista no caput.” (NR)
“Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo
do cumprimento da legislação ambiental, programa de apoio e incentivo à
conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas
práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução
dos impactos ambientais, como forma de promoção do desenvolvimento
ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de
progressividade, abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação:
...........................................................................................
§ 7o O pagamento ou incentivo a serviços ambientais a que se refere o inciso
I deste artigo serão prioritariamente destinados aos agricultores familiares
como definidos no inciso V do art. 3o desta Lei.” (NR)
“Art. 42. O Governo Federal implantará programa para conversão da multa
prevista no art. 50 do Decreto no 6.514, de 22 de julho de 2008, destinado a
imóveis rurais, referente a autuações vinculadas a desmatamentos em áreas
onde não era vedada a supressão, que foram promovidos sem autorização ou
licença, em data anterior a 22 de julho de 2008.” (NR)
“Art. 58. Assegurado o controle e a fiscalização dos órgãos ambientais
competentes dos respectivos planos ou projetos, assim como as obrigações do
detentor do imóvel, o poder público poderá instituir programa de apoio
técnico e incentivos financeiros, podendo incluir medidas indutoras e linhas
de financiamento para atender, prioritariamente, os imóveis a que se refere
o inciso V do caput do art. 3o, nas iniciativas de:
....................................................................................”
(NR)
“Art. 59.
........................................................................
...............................................................................................
§ 6o (VETADO).”
“Art. 61-A. Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada,
exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de
ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho
de 2008.
§ 1o Para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal que possuam
áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos
d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas
marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da calha do leito regular,
independentemente da largura do curso d´água.
§ 2o Para os imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de
até 2 (dois) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória
a recomposição das respectivas faixas marginais em 8 (oito) metros, contados
da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso
d´água.
§ 3o Para os imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e
de até 4 (quatro) módulos fiscais que possuam áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória
a recomposição das respectivas faixas marginais em 15 (quinze) metros,
contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do
curso d’água.
§ 4o Para os imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais
que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo
de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas
faixas marginais:
I - (VETADO); e
II - nos demais casos, conforme determinação do PRA, observado o mínimo de
20 (vinte) e o máximo de 100 (cem) metros, contados da borda da calha do
leito regular.
§ 5o Nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente no entorno de nascentes e olhos d’água perenes, será admitida a
manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo
rural, sendo obrigatória a recomposição do raio mínimo de 15 (quinze)
metros.
§ 6o Para os imóveis rurais que possuam áreas consolidadas em Áreas de
Preservação Permanente no entorno de lagos e lagoas naturais, será admitida
a manutenção de atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo
rural, sendo obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima
de:
I - 5 (cinco) metros, para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo
fiscal;
II - 8 (oito) metros, para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo
fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais;
III - 15 (quinze) metros, para imóveis rurais com área superior a 2 (dois)
módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais; e
IV - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro)
módulos fiscais.
§ 7o Nos casos de áreas rurais consolidadas em veredas, será obrigatória a
recomposição das faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a
partir do espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de:
I - 30 (trinta) metros, para imóveis rurais com área de até 4 (quatro)
módulos fiscais; e
II - 50 (cinquenta) metros, para imóveis rurais com área superior a 4
(quatro) módulos fiscais.
§ 8o Será considerada, para os fins do disposto no caput e nos §§ 1o a 7o, a
área detida pelo imóvel rural em 22 de julho de 2008.
§ 9o A existência das situações previstas no caput deverá ser informada no
CAR para fins de monitoramento, sendo exigida, nesses casos, a adoção de
técnicas de conservação do solo e da água que visem à mitigação dos
eventuais impactos.
§ 10. Antes mesmo da disponibilização do CAR, no caso das intervenções já
existentes, é o proprietário ou possuidor rural responsável pela conservação
do solo e da água, por meio de adoção de boas práticas agronômicas.
§ 11. A realização das atividades previstas no caput observará critérios
técnicos de conservação do solo e da água indicados no PRA previsto nesta
Lei, sendo vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo
nesses locais.
§ 12. Será admitida a manutenção de residências e da infraestrutura
associada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo
rural, inclusive o acesso a essas atividades, independentemente das
determinações contidas no caput e nos §§ 1o a 7o, desde que não estejam em
área que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas.
§ 13. A recomposição de que trata este artigo poderá ser feita, isolada ou
conjuntamente, pelos seguintes métodos:
I - condução de regeneração natural de espécies nativas;
II - plantio de espécies nativas;
III - plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração
natural de espécies nativas;
IV - plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo,
exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por
cento) da área total a ser recomposta, no caso dos imóveis a que se refere o
inciso V do caput do art. 3o;
V - (VETADO).
§ 14. Em todos os casos previstos neste artigo, o poder público, verificada
a existência de risco de agravamento de processos erosivos ou de inundações,
determinará a adoção de medidas mitigadoras que garantam a estabilidade das
margens e a qualidade da água, após deliberação do Conselho Estadual de Meio
Ambiente ou de órgão colegiado estadual equivalente.
§ 15. A partir da data da publicação desta Lei e até o término do prazo de
adesão ao PRA de que trata o § 2o do art. 59, é autorizada a continuidade
das atividades desenvolvidas nas áreas de que trata o caput, as quais
deverão ser informadas no CAR para fins de monitoramento, sendo exigida a
adoção de medidas de conservação do solo e da água.
§ 16. As Áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inseridos
nos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral criadas por ato
do poder público até a data de publicação desta Lei não são passíveis de ter
quaisquer atividades consideradas como consolidadas nos termos do caput e
dos §§ 1o a 15, ressalvado o que dispuser o Plano de Manejo elaborado e
aprovado de acordo com as orientações emitidas pelo órgão competente do
Sisnama, nos termos do que dispuser regulamento do Chefe do Poder Executivo,
devendo o proprietário, possuidor rural ou ocupante a qualquer título adotar
todas as medidas indicadas.
§ 17. Em bacias hidrográficas consideradas críticas, conforme previsto em
legislação específica, o Chefe do Poder Executivo poderá, em ato próprio,
estabelecer metas e diretrizes de recuperação ou conservação da vegetação
nativa superiores às definidas no caput e nos §§ 1o a 7o, como projeto
prioritário, ouvidos o Comitê de Bacia Hidrográfica e o Conselho Estadual de
Meio Ambiente.
§ 18. (VETADO).”
“Art. 61-B. Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de
julho de 2008, detinham até 10 (dez) módulos fiscais e desenvolviam
atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de Preservação
Permanente é garantido que a exigência de recomposição, nos termos desta
Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não
ultrapassará:
I - 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com
área de até 2 (dois) módulos fiscais;
II - 20% (vinte por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com
área superior a 2 (dois) e de até 4 (quatro) módulos fiscais;
III - (VETADO).”
“Art. 61-C. Para os assentamentos do Programa de Reforma Agrária, a
recomposição de áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao
longo ou no entorno de cursos d'água, lagos e lagoas naturais observará as
exigências estabelecidas no art. 61-A, observados os limites de cada área
demarcada individualmente, objeto de contrato de concessão de uso, até a
titulação por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
Incra.”
“Art. 66.
.......................................................................
.............................................................................................
§ 3o A recomposição de que trata o inciso I do caput poderá ser realizada
mediante o plantio intercalado de espécies nativas com exóticas ou
frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros:
..............…..................................................................”
(NR)
“Art. 78-A. Após 5 (cinco) anos da data da publicação desta Lei, as
instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas
modalidades, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no
CAR.”
“Art. 83. (VETADO).”
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 17 de outubro de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
Mendes Ribeiro Filho
Miriam Belchior
Marco Antonio Raupp
Izabella Mónica Vieira Teixeira
Laudemir André Müller
Aguinaldo Ribeiro
Luís Inácio Lucena Adams
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.10.2012l
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