Os números relativos à Certificação Digital chamam a atenção assim como o
reflexo positivo de sua adoção em larga escala no Brasil. Até a abril deste
ano, foram emitidos cinco milhões de certificados digitais ante dois milhões
apurados no ano passado, diz o ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da
Informação).
O padrão ICP-Brasil foi criado em 2002. Desde então, os casos de sucessos na
esfera pública surgiram em grande profusão. O exemplo mais marcante talvez
seja o projeto SPED (Sistema Público de Escrituração Digital).Com a sua
implantação, deixaram de ser emitidas 4,2 bilhões de notas fiscais em
formulário de papel.
Com o SPED, há uma economia de cerca de 70 bilhões de folhas de papel,
considerando uma nota em quatro vias, o que equivale a R$ 510 milhões – se
cada folha custar 0,03 centavos. Isso sem contar o ganho de carbono, em 15
anos, que chega a 851 mil toneladas, preservando as árvores.
Outro exemplo de sucesso do uso da certificação digital são as transações
que se referem à COMPE (Centralizadora da Compensação de Cheques) e às TED
(Transferências Eletrônicas) por conta de clientes.vDe acordo com as
estatísticas do Banco Central, em 2011, a COMPE compensou mais de 51 milhões
de cheques. De janeiro a julho deste ano, foram cerca de 27 milhões.
Essa tecnologia limpa proporciona imensa economia porque dispensa a frota de
caminhões blindados, tanto no tocante ao consumo de combustível quanto na
melhoria da mobilidade urbana e poluição dos motores a diesel.vJá a TED
apresentou cerca de 11 milhões de transferências chegando a quase R$ 6
milhões. Até julho deste ano, o sistema aponta mais de nove milhões de
transferências e cerca de R$ 4 milhões.
A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) alcançou em 2011 a marca de 1,9 bilhão de
emissões e, no acumulado, chegou a 5,167 bilhões de emissão, com mais de 800
mil empresas emissoras, segundo dados da Receita Federal.
O programa Conectividade Social, da Caixa Econômica Federal, registrou 855
mil empresas com 23 mil empregados beneficiados. Este programa simplifica o
processo de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
pelas empresas, reduzindo custos operacionais e aumentando a comodidade,
segurança e sigilo das transações. Quanto aos contratos de câmbio, de acordo
com o Banco do Brasil, em 2011 mais de 280 mil foram assinados digitalmente
com certificados digitais padrão ICP-Brasil, contabilizando mais de R$ 180
milhões.
Até junho de 2012, foram assinados 92 mil contratos em um montante de mais
de R$ 76 mil. Esses números em análise mostram a economia de tempo, papel,
energia, água, combustível dentre outros recursos, com o uso de tecnologia
limpa, baseada em software e hardware seguros, sem poluição e a
possibilidade de reposição de carbono na atmosfera por evitar o corte de
árvores.
Outros benefícios esperados com a desmaterialização de processos são: a
redução de custos com estocagem, por não ser mais necessário o armazenamento
de todo o papel utilizado; maior facilidade de busca de informações; mais
agilidade e transparências dos processos; redução da burocracia;
padronização de documentos e integração com os sistemas estruturantes
governamentais. |